No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras

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A aventura está apenas começando

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Eu queria ter o mundo, mas Deus disse que não.


Crônica de um Velho Chefe Escoteiro.
Eu queria ter o mundo, mas Deus disse que não.

               - Ah! Eu queria ter o mundo aos meus pés. Queria fazer dele um lugar feliz para viver. Mas o mundo não é assim? A felicidade não está aqui? Porque então mudar? Não sei. Eu queria ter o mundo, fazer todos sorrirem, se abraçarem e dizerem que agora somos todos irmãos. – Mas é possivel? Afinal quantos estão sorrindo? Não seria muito mais dos que estão nas sombras sem perdão? Eu penso e transformo meu desejo em ilusão, ilusão de ter um mundo só meu. Mudar as pessoas, mudar tudo fazer todos iguais a mim! – Foi ela a poetiza quem me incentivou – Escoteiro nos demais mundos todos sabem, o coração tem moradia certa, fica bem aqui no meio do peito, pois a anatomia mudou para todos, e agora todos são corações.

               - Outro poeta no alto da sua criação, remendou em um triste soneto: - Sábio é quem se contenta com o espetáculo do mundo. Que grande circo, que espetáculo é este e eu não quero perder. Afinal será meu mundo, mais alegre, mais delicioso, mais pomposo na maneira de se andar falar e viver. Se eu mudar o mundo diria outro poeta, sempre eles: - Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades. Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve ficaram as saudades. Não assim não, eu não farei a todos escoteiros, uns quem sabe talvez. Mas a honra seria o primeiro embate. No meu mundo quem não tem honra não vai viver.

                - Eu queria ter um mundo, de águas cristalinas, de fontes que nunca irão secar. De peixes que irão pular na catapulta da água, sorrindo do mundo novo que eles estão a viver. Meu mundo teria campinas, vales verdejantes, flores perfumadas onde todos pudessem caminhar. Meu mundo teria lindas montanhas, cascatas imensas a ribombar cantando uma sonata de Schubert. Nas ruas irei plantar árvores frutíferas onde a meninada pudesse se esbaldar. Meu mundo teria sol, teria chuva e teria lua. Teria estrelas? Sim brilhantes gritantes a piscar no céu. Meu mundo teria bandeira, a bandeira do Brasil. – Então não é só meu mundo, isto parece o meu país. Anjo, não me interrompa me deixe criar meu mundo, do jeito que gostaria de ser. Meu mundo não teria maldade, falsidade. Meu mundo teria caráter, honestidade, onde o aperto da mão esquerda seria o documento mundial.


                   - Sonhos? Não tenho este direito? Sei que Ele que está no céu a nos acompanhar deve estar pensando: - Ele quer ser como eu! Por um instante entrei na seara que não me pertence, esqueci que sou seu filho, sou sua criação, e depende de mim e todos que o mundo seja assim sorridente consciente de sua obrigação. E sem perceber, outro poeta entrou na minha imaginação: - Enquanto um chora, outro ri, é a lei do mundo meu rico senhor. É a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo, mas uma boa distribuição de lágrimas, de sambas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se assim o equilíbrio da vida...

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