No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras

No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras
A aventura está apenas começando

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Apenas um lembrete para mim mesmo no dia de hoje:


Apenas um lembrete para mim mesmo no dia de hoje:

- “Uma das melhores sensações da vida é ter a certeza que você pode confiar em alguém”. É isto mesmo, a confiança dá força para continuar a enfrentar as vicissitudes da vida. Ser honesto é ser verdadeiro. A vantagem da honestidade é que a concorrência é pequena. Verdade? Tom Silva um Sênior que hoje deve ser um Velho Escoteiro como eu um dia me disse: Chefe, o preço que a honestidade cobra, não tem malandragem que paga. Sujeito supimpa o Tom Silva. Eu tive muitos amigos como ele. Pois é, algumas pessoas surgem em nossas vidas como uma benção, outras como lição. E como aprendi nas trilhas Escoteiras que percorri! E olhe, precisavam conhecer Noca Magrão, que sempre tinha uma tirada para nós quando a patrulha não se entendia. – Patrulheiros! – Sejam humildes, pois, até o sol com toda sua grandeza se põe e deixa a lua brilhar. Cara inteligente o Noca Magrão.

Bem já falei muito, pensei pouco, raciocinei menos ainda. Enfim quando as coisas não fizerem mais sentido e nada mais prender você, não tenha medo de trocar o roteiro. Você só descobre novos caminhos quando muda a direção. Já fui e já voltei e agora vou de novo e não sei se vou voltar. Hoje estou feliz, quero compartilhar com você. Sorria como eu estou sorrindo. Não importa a cor do seu céu. Quem faz o dia bonito é você! E aproveite, cante uma canção escoteira ou não. Mas seja exigente e faça como eu, procure ser humilde para admitir seus erros, inteligente para aprender com eles e maduro para corrigi-los. Uma ótima e esplêndida tarde para você!


Apenas um Velho Chefe Escoteiro, um Chefe que através do céu envia um grande abraço a todos vocês que aqui estão. Sempre Alerta!

sábado, 20 de agosto de 2016

O último dos Moicanos.


Conversa ao Pé do fogo.
O último dos Moicanos.

                   Dizem que o bocejo é contagioso. Alias esse é um grande mistério que ainda não foi desvendado. O fogo branco agora eram brasas, alguns dos escoteiros sonolentos cochilavam ao pé do fogo e o Chefe Jerônimo pensou em dar boa noite. No dia seguinte ele já tinha combinado com os monitores e subs fazer uma jornada na Gruta do Sino. Nunca tinha ido lá e deveria ser uma aventura inesquecível. Joel dedilhava no violão uma canção escoteira. Poucos cantavam. O céu estrelado era convidativo para continuar e um ou outro cometa passando com sua cauda brilhante fazia a todos nós sonhar. – Chefe, já ouviu falar no Ultimo dos Moicanos? Ele morreu? O que houve Chefe? Morena a Guia sempre com uma pergunta e esperando uma resposta. Chefe Jerônimo sorriu de leve e não se fez de rogado, olhou para cada um dos seniores e viu que uma áurea de interesse voltou a rolar naquela Conversa ao Pé do fogo.

                 - Ouve um tempo, tempo que não sei medir, logo após a descoberta da América, em um país chamado Estados Unidos, franceses e ingleses lutavam pela posse das terras em solo americano. Eles acreditavam que podia contar com as nações indígenas a lutarem do seu lado. Nathaniel Hawkeye um homem branco, cuja família foi assassinada e por ele ainda ser muito pequeno, foi adotado pelo índio Moicano Chingachgook. Eles lutavam pela sua vida pelas suas terras e não se importavam com franceses e ingleses. Era uma tarde quente e Nathaniel, Chingachgook e Uncas filho de Chingachgook seguiam os rastros de um grupo de guerreiros índios hostís. Nesta procura os três se envolveram em uma grande luta e conseguiram salvar as filhas do oficial Inglês Munró. Eles sabiam que em meio aquela luta pelas terras Magua, um índio Huron, tinha se aliado aos franceses por interesse pois na verdade ele queria tão somente se vingar do Coronel Munró a quem chamava de Cabelos Cinzentos.

                 Magua era um índio sem identidade. Se achava perdido em seu mundo destruído. Teve seus filhos mortos por causa da guerra, perdeu sua mulher e foi feito escravo e para ter sua liberdade de quem o prendeu. Lutava apenas para sobreviver. Diziam que seu coração era Huron, mas que Huron? - Perguntavam todos, se nem mesmo sua nação era unida cada um lutava por seus interesses? Magua ardilosamente se esqueceu do cacique de suas tribo para se aliar as forças do oficial Francês. Ele nunca explicou bem o porquê odiava Cabelos Cinzentos e apesar de toda sua crueldade, ele era respeitado. Nathaniel sempre disse que o Coração de Magua estava confuso. Nathaniel e Chingachgook contavam aos seus irmãos índios , que o povo de sua tribo, quando nasceu o sol e sua irmã lua, a mãe de todos Moicanos morreu. O sol deu a Terra sua forma que foi um novo início de toda a vida moicana. Dizem que ela retirou do seu peito as estrelas e elas iluminaram a noite para que todos Moicanos lembrassem dela.

                Finalmente Magua com seus sequazes após matar Uncas filho de Chingachgook de maneira covarde se encontra com Chingachgook em uma luta de morte e é por ele morto. O fim foi só o começo. A guerra não terminou. Muitas tribos do norte foram dizimadas. Os índios que ainda ficaram de pé resolveram não tomar partido nem dos franceses nem dos ingleses.  Não podemos esquecer que as palavras do Velho índio são comoventes porque a morte de homem é uma metáfora para a morte de toda uma nação, de uma cultura, de um tempo. Para eles a morte sempre da razão para o respeito dos outros índios não importa qual nação. A cerimonia do Adeus naquela tribo foi igual a todas. O final o funeral foi soberbo. Eu ainda posso sentir o calor de um sol ao amanhecer, posso ver o reflexo da luz solar na floresta, e experimentar a força de uma tribo que honra seus mortos. 

                Naquela manhã, toda a tribo “Delaware“ se reuniu junto ao túmulo do Guerreiro, seu chefe. O corpo foi colocado em atitude de descanso, rosto voltado para o sol nascente. Suas armas de guerra e instrumentos de caça o ladeavam, para a ultima viagem. Pôr que estão tristes meus irmãos, e porque choram? - Porque um jovem guerreiro foi caçar nos bosques da bem aventurança? - Porque um chefe encerrou sua carreira com honra? - Ele era bom e valente. Manitu precisava de um guerreiro como ele e Manitu o chamou. Somos apenas um tronco ressequido, a quem os brancos despojaram de raízes e ramos. Nossa raça desapareceu das margens do lado Salgado e do meio dos rochedos Delaware!

                 Chefe Jerônimo se calou. Os seniores e as guias fitavam a floresta como se ali fosse surgir Chingachgook e Nathaniel Hawkeye. Boa noite amigos, hora de dormir. Cada um foi para sua barraca com o pensamento voltado para a história do Ultimo dos Moicanos. Chefe Jerônimo ficou mais algum tempo em volta do fogo. Sentiu o cheiro da lenha queimada, sentiu o vento da floresta soprando em sua direção. Seu rosto já estava banhado com o orvalho que caia incessante. Hora de recolher. A paz na floresta voltou a acontecer naquela noite pelas mãos do Senhor!


Nota: Conto baseado no filme o Último dos Moicanos de James F. Cooper.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Osvaldo.


Osvaldo.

                     Foi um amor incrível. Meu primeiro. Quando a vi, senti fagulhas no ar. Ela jovem menina de doze anos nem me olhou. Estava com seus pais. Fui para casa só pensando nela. Jantei com dificuldade. Dormi sonhando com ela. Não sabia seu nome. Uma louca paixão desabrochava em mim. Treze anos e apaixonado. Acordei pensando como me aproximar. No Ginásio não prestei atenção na aula. Não dava. Lembro que o Padre Pedro me chamou a atenção. Não prestava atenção aos seus ensinamentos. Professor de geografia. Minha mente tinha passado por uma lavagem cerebral. Eu esperava ansioso a aula acabar. No portão do colégio nem liguei para os amigos. Na minha bicicleta querida fui correndo até sua casa na Rua Peçanha. Meio dia e eu encostado ao muro em frente à casa dela.

                    A janela fechada. Precisava vê-la. Eu tinha que vê-la. O sol do meio dia fustigava. Mas eu não iria sair dali enquanto não a visse. Sabia que minha mãe e minhas irmãs me esperavam para o almoço. Ninguém podia faltar a mesa, somente meu pai que estava trabalhando. Eu era o responsável em levar sua marmita. Ela não aparecia. Meu coração batia forte. Não dava mais para ficar. Corri até minha casa. Almocei rápido dei minhas quarentas bombadas na bomba manual da cisterna que fazia parte da rotina, e levei a marmita do meu pai. Voltei correndo para a Rua Peçanha. Naquele dia seria impossível dormir sem vê-la de novo. Tive sorte. A janela estava aberta. Ela chegou e me olhou. Um sorriso leve. Jogou seus cabelos louros de um lado para outro. Nossa! Ela me amava! Puxa vida então era recíproco? Agora eu sabia que seriamos felizes para sempre! Perguntei baixinho qual seu nome – Cilene ela respondeu sorrindo. Pensei em nossa casinha pintada de branco no Bairro onde morava. Janelas azuis, cerca de madeira pintada de branco. Canteiros de flores. Begônias, rosas, violetas centenas delas. Quem sabe girassóis em volta da cerca.


                        Ela ficou menos de cinco minutos na janela. Cinco minutos que me fizeram o homem mais feliz do mundo. Ninguém disse nada, mas tínhamos certeza que seriamos namorados eternos. Chiquinho Escoteiro chegou correndo com sua bicicleta Phillips inglesa pneu faixa branca. A minha era uma Hisqvarna sueca pneu balão. - A Patrulha estava em reunião na sede, disse. Estão discutindo e planejando o acampamento da semana santa em Rio Pomba. Seriam quatro dias. Já tínhamos planejado fazer um acampamento suspenso. Tudo lá no alto inclusive a cozinha. Iríamos estudar levar até água na cozinha suspensa. Eles me mandaram chamar você. Estão aguardando. Fui correndo com ele. Cilene minha amada? Esqueci. Era sempre assim. Escotismo em primeiro lugar. Saudades dos meus treze anos, da minha Patrulha Lobo. Para dizer a verdade só fui lembrar-me de Cilene quando retornamos do acampamento. Mas e o amor? Não era tão louco assim. O escotismo sim, ele foi e é até hoje um grande amor na minha vida!

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Lembranças.


Flávio
Lembranças.

O tempo passou. Estranho né, olhar pra aquele uniforme que já significou um mundo de felicidade prá mim e hoje sentir que minha vida não é mais a mesma. Estranho olhar pra aquele lenço que era o motivo que me fazia levantar pela manhã todos os sábados, e hoje não ter de vesti-lo novamente. Estranho não pensar mais naqueles jovens soberbos, não ficar querendo trazer tudo de volta por tempo inteiro. Estranho não ficar abrindo todas as minhas páginas de anotações e procurar saber sobre cada detalhe da minha vida escoteira, se eu dormi se me lembrei se eu chorei ou se eu sorri. Estranho escutar o Rataplã aquela música que me encantou e não lembrar mais de como foi feliz. A música que salpicava meu coração de orgulho de ser mais um Escoteiro do mundo. Estranho como as coisas mudaram, como eu mudei e principalmente como o escotismo mudou. Estranho como muitas pessoas que já passaram pelo que passei e nunca esqueceram quanto foram felizes junto aos jovens que sempre nos querem bem.

Eu costumava dizer que seria um Escoteiro eterno, para sempre, que o amor que eu sentia por ele nunca acabaria. Hoje olho dentro de mim mesmo, e sinto que eu ainda amo ele demais. Mesmo longe desejo a todos que dele participam que sintam o que eu senti um bem enorme que sempre me fez bem. No fundo do meu coração eu quero que todos que labutam em suas hostes sejam infinitamente felizes. Um amor como o que eu senti no passado não acaba assim de uma hora pra outra. Acho que eu me conformei sem raciocinar que nunca daria certo pelo meu gênio explosivo. Não foi fácil decidir e aceitar que nunca poderia continuar e foi extremamente difícil partir. Mas eu não tive outra saída, tive que desistir. E desistir eu sempre disse que faz parte dos que correm da luta, que não insistem por seus ideais. Ser Escoteiro puro nos pensamentos palavras e ações foi à coisa mais difícil que já fiz na minha vida.


Agora me arrependo e preciso voltar. Eu tenho que voltar! Eu sei que alguém me machucou, doeu, até hoje ainda dói à maneira com que me trataram. Mas eles são poucos e sei que não representam ninguém e que os outros me querem bem. Mas ninguém precisa saber não é mesmo? A partida sempre foi difícil, mas o retorno sempre é feito de felicidade e amor.  Irei colocar meu lenço, meu uniforme, irei até onde estive e tenho certeza que serei bem recebido. Afinal eu fui eu sou e serei por toda vida um Escoteiro de coração! Grupo lá vou eu!

sábado, 6 de agosto de 2016

Manias e quem não têm?


Manias e quem não têm?

Dentre as manias que eu tenho uma é gostar de você
Mania é coisa que a gente tem, mas não sabe por que.
Mania de querer bem, às vezes de falar mal.
Mania de não deitar sem antes ler o jornal
De só entrar no chuveiro cantando a mesma canção.

                         Eu gosto desta canção. Linda. Claro ela é interpretada por Dolores Duran grande cantora. Mas tirei o dia para falar de manias. Quem não as tem? Hoje resolvi mudar. Manias e rotinas deixar de lado. Esconder debaixo da cama. Comecei por ficar mais tarde sem me levantar. Que dificuldade! Cinco seis sete horas e não aguentava mais. Levantei. Lavar rosto, escova de dente não tem como fugir. Depois Inalar minha maquininha infernal, e café. Sempre as seis hoje as oito. E agora? Pé na estrada. Meus oitocentos metros que faço em quase quarenta minutos. Devagar se vai ao longe. Na volta sentei na minha varanda e abri um livro. Já o li não sei quantas vezes. Seara Vermelha de Jorge Amado. Li e não prestei atenção. Hoje seis páginas. Parei. Pela varanda olhei para a Rodovia Castelo Branco, carros parados. Sempre assim esta hora.

                       Onze horas, escolher entre laranjas ou mexericas? Que duvida cruel! Resolvido. Laranjas. Duas. Agora ligar o PC e ver os e-mails, entrar na internet. Rotina e rotina, todo dia isto. Afinal não ia mudar? Pensei um dia em ficar uma semana sem ligar o PC. Facebook? Que Mania! Vou ficar longe! Consegui ficar mais de três horas. Não deu para ficar mais. Um dia largo tudo isto e boto o pé na estrada. Quem sabe quando chegar ao fim dela não existirá esta rotina que hoje me dá ordens e não consigo ficar sem obedecer? Hora do almoço. Hora da soneca, hora de escrever. Escrever o que? Sem ideias. Porque não falar de escotismo? Risos. Não é um bom tema? Mas falar o que?

                             Pensei em falar sobre o poder no Escotismo. O poder que tem uma atração incrível. Disseram-me que isto acontece com todos. Dizem ser o poder do nada. Não existem inocentes. Todos almejam o poder. Será mesmo? Mas o duro é que quando entram não querem sair mais. E fazem tudo para manter de fora aqueles que querem entrar. Que rotina meu Deus! Preciso deixar de falar de escotismo. Em minha vida criei inúmeras inimizades com isto. Deveria ter sido submisso como muitos dos meus amigos foram. Hoje a maioria deles estão abarrotados de medalhas. Idi Amim Dada se ainda estivesse no poder ficaria morto de inveja e seria Escoteiro, mas da direção, só ali se enche de medalhas. Risos. Caramba! Mas não ia eu mudar hoje? Sair da rotina? Que manias eu tenho! Será que não tenho outro tema que não escotismo? Mensalão? Petrolão, eleições? Nem pensar. Corinthians? Deus me livre. Sou um cruzeirense calmo. Não brigo. Afinal eles os jogadores ganham muito e eu não ganho nada!

                            A tarde se foi. Ainda um sol raquítico no horizonte. Na Rodovia Castelo Branco o trânsito flui melhor. Outra inalação. Uma hora. Não sei se gosto disto. Mas fazer o que? Mania ou rotina? Rotina. Esta não dá para mudar. Um ar que não vem obriga a maquininha a jogar em minhas narinas remédios da vida. Eureka! Uma grande ideia! Quem sabe do outro lado da vida não tem poder? Ou tem? Acho que não. Se temos o livro arbítrio aqui teremos lá também. Mas seria bom se os lá de cima procurassem entender os cá de baixo. Pelo menos ouvir. Como é bom ouvir o próximo. Ver o que ele tem a dizer. Em você! Isto mesmo você que é da turma dos Catorze do Forte, que manda e desmanda, ouça um pouco. De norte a sul. Dizem que faz bem ao fígado.


         Preciso escrever uma história, um artigo. Sem ideias. Preciso escrever uns contos. Sem ideias. Preciso escrever, preciso... Rotina, manias, até quando?