No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras

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A aventura está apenas começando

sábado, 20 de agosto de 2016

O último dos Moicanos.


Conversa ao Pé do fogo.
O último dos Moicanos.

                   Dizem que o bocejo é contagioso. Alias esse é um grande mistério que ainda não foi desvendado. O fogo branco agora eram brasas, alguns dos escoteiros sonolentos cochilavam ao pé do fogo e o Chefe Jerônimo pensou em dar boa noite. No dia seguinte ele já tinha combinado com os monitores e subs fazer uma jornada na Gruta do Sino. Nunca tinha ido lá e deveria ser uma aventura inesquecível. Joel dedilhava no violão uma canção escoteira. Poucos cantavam. O céu estrelado era convidativo para continuar e um ou outro cometa passando com sua cauda brilhante fazia a todos nós sonhar. – Chefe, já ouviu falar no Ultimo dos Moicanos? Ele morreu? O que houve Chefe? Morena a Guia sempre com uma pergunta e esperando uma resposta. Chefe Jerônimo sorriu de leve e não se fez de rogado, olhou para cada um dos seniores e viu que uma áurea de interesse voltou a rolar naquela Conversa ao Pé do fogo.

                 - Ouve um tempo, tempo que não sei medir, logo após a descoberta da América, em um país chamado Estados Unidos, franceses e ingleses lutavam pela posse das terras em solo americano. Eles acreditavam que podia contar com as nações indígenas a lutarem do seu lado. Nathaniel Hawkeye um homem branco, cuja família foi assassinada e por ele ainda ser muito pequeno, foi adotado pelo índio Moicano Chingachgook. Eles lutavam pela sua vida pelas suas terras e não se importavam com franceses e ingleses. Era uma tarde quente e Nathaniel, Chingachgook e Uncas filho de Chingachgook seguiam os rastros de um grupo de guerreiros índios hostís. Nesta procura os três se envolveram em uma grande luta e conseguiram salvar as filhas do oficial Inglês Munró. Eles sabiam que em meio aquela luta pelas terras Magua, um índio Huron, tinha se aliado aos franceses por interesse pois na verdade ele queria tão somente se vingar do Coronel Munró a quem chamava de Cabelos Cinzentos.

                 Magua era um índio sem identidade. Se achava perdido em seu mundo destruído. Teve seus filhos mortos por causa da guerra, perdeu sua mulher e foi feito escravo e para ter sua liberdade de quem o prendeu. Lutava apenas para sobreviver. Diziam que seu coração era Huron, mas que Huron? - Perguntavam todos, se nem mesmo sua nação era unida cada um lutava por seus interesses? Magua ardilosamente se esqueceu do cacique de suas tribo para se aliar as forças do oficial Francês. Ele nunca explicou bem o porquê odiava Cabelos Cinzentos e apesar de toda sua crueldade, ele era respeitado. Nathaniel sempre disse que o Coração de Magua estava confuso. Nathaniel e Chingachgook contavam aos seus irmãos índios , que o povo de sua tribo, quando nasceu o sol e sua irmã lua, a mãe de todos Moicanos morreu. O sol deu a Terra sua forma que foi um novo início de toda a vida moicana. Dizem que ela retirou do seu peito as estrelas e elas iluminaram a noite para que todos Moicanos lembrassem dela.

                Finalmente Magua com seus sequazes após matar Uncas filho de Chingachgook de maneira covarde se encontra com Chingachgook em uma luta de morte e é por ele morto. O fim foi só o começo. A guerra não terminou. Muitas tribos do norte foram dizimadas. Os índios que ainda ficaram de pé resolveram não tomar partido nem dos franceses nem dos ingleses.  Não podemos esquecer que as palavras do Velho índio são comoventes porque a morte de homem é uma metáfora para a morte de toda uma nação, de uma cultura, de um tempo. Para eles a morte sempre da razão para o respeito dos outros índios não importa qual nação. A cerimonia do Adeus naquela tribo foi igual a todas. O final o funeral foi soberbo. Eu ainda posso sentir o calor de um sol ao amanhecer, posso ver o reflexo da luz solar na floresta, e experimentar a força de uma tribo que honra seus mortos. 

                Naquela manhã, toda a tribo “Delaware“ se reuniu junto ao túmulo do Guerreiro, seu chefe. O corpo foi colocado em atitude de descanso, rosto voltado para o sol nascente. Suas armas de guerra e instrumentos de caça o ladeavam, para a ultima viagem. Pôr que estão tristes meus irmãos, e porque choram? - Porque um jovem guerreiro foi caçar nos bosques da bem aventurança? - Porque um chefe encerrou sua carreira com honra? - Ele era bom e valente. Manitu precisava de um guerreiro como ele e Manitu o chamou. Somos apenas um tronco ressequido, a quem os brancos despojaram de raízes e ramos. Nossa raça desapareceu das margens do lado Salgado e do meio dos rochedos Delaware!

                 Chefe Jerônimo se calou. Os seniores e as guias fitavam a floresta como se ali fosse surgir Chingachgook e Nathaniel Hawkeye. Boa noite amigos, hora de dormir. Cada um foi para sua barraca com o pensamento voltado para a história do Ultimo dos Moicanos. Chefe Jerônimo ficou mais algum tempo em volta do fogo. Sentiu o cheiro da lenha queimada, sentiu o vento da floresta soprando em sua direção. Seu rosto já estava banhado com o orvalho que caia incessante. Hora de recolher. A paz na floresta voltou a acontecer naquela noite pelas mãos do Senhor!


Nota: Conto baseado no filme o Último dos Moicanos de James F. Cooper.

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