“Nina”
Não foi Lobinha. Entrou por
causa de Marly. No inicio adorava. Tinha sonhos, queria acampar, excursionar
tudo aquilo que sua Avó Maninha lhe contou. Entregou-se de corpo e alma. Que o
sol queimasse que a tempestade caísse dos céus. Se o frio era de rachar ela
sorria. Seguiu a trilha que lhe ensinaram. O que fazia virou paixão. Um amor
profundo aquela filosofia que amava. Dizia para si que seria escoteira para
sempre. Queria fazer tudo, estar em todos os lugares, conquistar milhões de
amigos. Sorria e chorava nos fogos de conselho. Seu pai morreu de câncer. Nunca
pensou que isto iria doer tanto. O amava tal qual o escotismo, mas muito mais.
Chorou pelos cantos da casa
dia e noite e não conseguia esquecer. Perguntou a Deus o que tinha feito para
perder alguém que amava tanto. Não tinha resposta. Pensou em deixar o Movimento
Escoteiro. Sem seu pai para contar suas aventuras, seus amores, suas dores,
suas paixões pelo sol quando se despedia nas tardes quentes, ou quando abria a
porta da barraca e ele entrava sem pedir agora não tinha mais o sabor do
passado. Abriu um livro que estava na mesa. Nas primeiras páginas estava
escrito: Ama e faz o que quiseres. Se calares, calarás com amor. Se gritares,
gritarás com amor. Se corrigires corrigirás com amor. Se perdoares, perdoarás
com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão
teus frutos. Santo Agostinho.
Olhou para o céu, sabia que seu pai
aplaudia onde estivesse. Vestiu seu uniforme. Partiu rumo ao escotismo e seus
amigos. A paz voltou a morar em seu coração. Ter fé é acreditar naquilo que
você não vê. A recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita!
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