No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras

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A aventura está apenas começando

sábado, 16 de maio de 2015

Hora de dormir, amanhã é outro dia... O médico e o Fiscal.


Hora de dormir, amanhã é outro dia...
O médico e o Fiscal.

– Se possível, acelere um pouco a marcha. Era o abnegado médico espírita, Dr. Militão Pacheco, que rogava ao amigo que o conduzia por gentileza. E acrescentava: – O caso é crucial. O companheiro ao volante aumentou a velocidade, mas, daí a momentos, um fiscal apitou. O carro atendeu com dificuldade e, talvez por isso, a motocicleta do guarda sofreu pequeno choque sem conseqüências.

O policial, porém, não estava num dia feliz e o Dr. Pacheco com o amigo receberam uma saraivada de palavrões. Notando que não reagiam, o funcionário fez-se mais duro e declarou que não se conformava simplesmente com a multa. Os infratores estavam detidos. O Dr. Pacheco deu-lhe razão e informou que realmente seguiam com pressa para socorrer um menino sem recursos, rogando, humilde, para que a entrevista com a autoridade superior fosse adiada.

– Se o senhor é médico – disse o interlocutor, com ironia -, deve proceder disciplinadamente, sem sair do regulamento. Para ser franco, se eu pudesse, meteria os dois, agora, no xadrez. Embora o amigo estivesse rubro de indignação, o Dr. Pacheco, benevolente, fez uma proposta. O guarda deixaria, por alguns instantes, o veículo, e seguiria com eles no carro, mantendo vigilância. Depois do socorro ao doentinho, segui-lo-iam para onde quisesse.

Havia tanta humildade na súplica, que o fiscal concordou, conquanto repetisse asperamente os insultos. – Aceito – exclamou -, e verificarei por mim mesmo. Ando saturado de vigaristas. E creiam que, se estão agindo com mentira, hoje dormirão no Distrito. A motocicleta foi confiada a um colega de serviço e o homem entrou, seguindo em silêncio. Rua aqui, esquina acolá, dentro em pouco o carro atingiu modesta residência na Lapa, em S. Paulo.

Os três entram por grande portão e caminham até encontrar esburacado casebre nos fundos. Mas, ao ver o menino torturado de aflição nos braços de infeliz mulher, o bravo fiscal, com grande assombro dos circunstantes, ficou pálido e com os olhos rasos de água. O petiz agonizante e a jovem senhora sem recursos eram o seu próprio filhinho e a sua própria esposa que ele havia abandonado dois anos antes…
Waldo Vieira (médium).


   Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém; é você que se queima. Boa noite, um sono tranquilo e um lindo amanhecer de domingo.

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