No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras

No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras
A aventura está apenas começando

sábado, 28 de fevereiro de 2015

O escotismo que eu sonhei.


Conversa ao pé do fogo.
O escotismo que eu sonhei.

“Um dia hei de renascer numa grande cidade de outro sistema planetário, no passado ou no futuro, onde uma única montanha de 5 quilômetros de altitude se recorta no céu azul - com toda a compaixão que sinto dentro de mim, a única coisa que vou precisar é da sabedoria da terra.”.

                 Esta noite eu tive um sonho. O mais lindo sonho que eu sonhei. Já sonhei com tantas coisas, aventuras incríveis que nunca pude realizar. Um dia sonhei que estava perdido nas montanhas do Himalaia e me safei. Perdi-me em lugares desconhecidos nos labirintos profundos do Vale da Esperança, Sonhei que estava navegando em um barquinho e atravessei o oceano em busca dos meus amigos do além mar. Cada sonho eu acordava e via que a realidade era outra mesmo assim sempre fui em busca dos meus sonhos. Nem todos eu conseguia alcançar. Quando a gente começa a envelhecer os sonhos não acontecem mais como outrora. O corpo já viveu tantas coisas que os sonhos se foram. Quem sabe o tempo é curto para realizá-los. Eu sei que cada sonho que a gente deixa para trás, é um pedaço do nosso futuro e isto faz com que ele deixe de existir. Mas me recordo de muitos deles que consegui realizar e outros que até hoje ficaram como apenas sonhos levados pelo vento que nunca mais irão voltar. Dizem que quanto maiores forem nossos sonhos, maiores também serão as escadas que teremos que construir para alcançá-los.

                Mas eu tive um sonho incrível. Foi um sonho que tudo que tocava, que tudo que pensava se realizava. Eu me sentia como o Rei Midas, aquele das lendas que contam até hoje para nós. Ele tinha o simples poder de transformar tudo em ouro, bastava tocar em algum. Fazia a quem merecesse se tornar próspero, eficiente, espetacular em tudo que poderia fazer. Sei que todos nós temos um pouco do Rei Midas. Acreditar e ter perseverança entrega total naquilo que a gente faz. Isto mesmo, podemos transformar tudo em ouro em apenas um toque. Eu sabia que não era o Rei Midas, mas me lembrei dele quando acordei em um País que nunca vi. Estava acordado e não acreditei no que via. Era mais que a cidade dos sonhos de Xangrilá. Nesta cidade ninguém ficava triste, ninguém reclamava, havia respeito ao próximo, e todos respeitavam as leis da cidade sem pestanejar. Estas leis todos sabiam que foram feitas por milhões de mãos que habitava esta cidade. A honra e transparência era uma questão de princípios desde que um novo ser surgia pelas mãos de Deus.

               Andava a esmo por cada rua, por cada avenida e a cada passo mais eu ficava admirado com aquela cidade. Era incrível. Notei que ali todos se respeitavam. Havia eletricidade no ar. Havia amor no coração. Ninguém ditava normas sem consultar, ninguém determinava sem perguntar, ninguém cobrava taxas absurdas onde muitos não poderiam pagar. Pensei comigo: - Deus é aqui que quero morar. Foi então que uma enorme surpresa aconteceu, esfreguei os olhos e quase não acreditei no que via. Eles vestiam iguais. Um uniforme ou uma vestimenta que dava orgulho em ver. Limpo, arrumado, bem apresentado. Não havia invenções, não havia nada que destoasse do verdadeiro, da disciplina, do orgulho de cada um dar o exemplo aos jovens daquela linda cidade. Fui convidado, paquerado, olhado e recebi sorrisos encantadores que me envaideceram. Ali não importava o que cada um fazia, pois todos faziam a mesma coisa para a felicidade dos seus moradores. Ali a reputação de todos era respeitada, pois cada um sabia que seus direitos começavam onde terminava o direito dos outros.

               Não me apresentei a ninguém, todos se apresentavam a mim como se eu fosse um estranho que a partir de um aperto de mão não era mais. O abraço que recebia as palavras de bem vindo era bom demais. Sentia-me revigorado, pois vi que ali havia um respeito pelas normas e cumprir a Lei Escoteira era ponto de honra para cada um. Chorei quando vi uma menina cantando maravilhosamente o Rataplã. Vi-me perdido em um grande fogo onde todos brincavam, não importava a idade, os jogos eram jogados com prazer e cada equipe se fazia presente para divertir de maneira inteligente os astutos habitantes daquela cidade, em volta de um grande Fogo de Conselho. Até os pássaros ajudavam a cantar. As borboletas de todas as cores voavam sobre cada um como se fossem anjos do senhor a abençoar. Bastava tocar no céu e um arco íris colorido aparecia. Amei meu sonho. Um sonho que sabia ser impossível hoje, mas que seria possivel no amanhã.


                Era uma utopia, um sonho impossível, Mario Quintana não dizia que se as coisas são inatingíveis... Ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas! Mas tudo que é bom dura pouco e acordei. Acordei querendo chorar e me lembrei do poeta que matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso! Pode sim ser um sonho utópico. Irrealizável mas eu acredito e sei que todos acreditam que as voltas do mundo nos vão trazer o melhor dos nosso sonhos. Outro poeta comentou que um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade. Eu acreditava que um dia não sei quando, a união de todos iria fazer uma cidade como nos meus sonhos. Quem sabe num futuro distante iremos pensar que somos todos irmãos e de mãos dadas iremos ver melhor o brilho das estrelas no céu?

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