No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras

No mundo dos sonhos com as fábulas escoteiras
A aventura está apenas começando

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Apenas um pensamento vago e sem rumo. Cada um escolhe seu próprio destino.


Apenas um pensamento vago e sem rumo.
Cada um escolhe seu próprio destino.

                Há dias que o frio e uma garoa fina caem em minha cidade. Hoje ela diminuiu. Não sei por que tenho passado alguns dias nostálgico. O frio não me faz bem. Nesta época aparecem as benesses que um dia escolhi antes embarcar neste trem que escolhi como destino. Nos dias anteriores passei boa parte do tempo enrolado em uma manta. O pulmão reclama. O corpo ressente. Tentava escrever, mas as dificuldades eram muitas. Comecei a fazer uma autoanálise. Para que? Para entender melhor as mudanças que o destino Escoteiro colocou a nossa frente. Acredito que muitos de vocês meus amigos não vão entender nunca minha posição. Para isto teriam que viver o que eu vivi. Dou à mão a palmatória. Não existe mais volta. O mundo moderno é agora dos jovens e benditos os adultos que fazem tudo por eles acreditando fazer o certo. Está aí um novo escotismo. Saudado e aplaudido por muitos. Tenho que encarar a realidade.

                   Nunca vou esquecer minhas raízes. Até o fim da vida aceitarei as mudanças, mas elas não farão parte da minha memória escoteira. Todos dizem que ela faz parte da evolução dos tempos. Em termos aceito. Mas eu sou um escoteiro sonhador. Um Escoteiro que tem espírito de aventura e a natureza no coração. Um Escoteiro que a Lei e a Promessa estão vivas até hoje na sua maneira de viver. Desculpem-me se estou sendo piegas. Não estou contradizendo aqueles que afirmam também viver assim. Eu acredito em vocês. É como as pegadas do passado que nós os velhos Escoteiros fizemos, e foram fincadas em uma trilha na curva do rio e sendo apagadas para que outras novas fossem colocadas em seu lugar. Seria a nova história substituindo a velha história.

                  Sempre fui um Escoteiro “torrão”. Nunca deixei de dar a minha opinião. Se tiver de dizer o que penso direi. Mas sei que meu pensamento irá desaparecer como o orvalho da madrugada. Como a gota d’água se diluindo na folha quando o sol da manhã chegar. Não tenho a preocupação de saber quantos são contrários a minha maneira de ser. São direitos de pensamento de palavra de ação. O Velho Escoteiro sem perceber é levado por corredeiras que chegam através de uma tempestade imprevisível, varrendo das margens tudo aquilo que for contrário da história que ficou presa no passado. A simplicidade de alguns em me dizer que devemos pensar nos jovens e trabalhar por eles é fantástico, mas não iram desancar as novas pegadas que serão coladas em substituição as que foram retiradas.

                  Enquanto puder e tiver forças continuarei escrevendo a moda antiga. Não vou parar nunca. Sei que o que penso daqui a alguns anos serão levados pelas ondas dos tempos. Enquanto puder manterei os meus escritos com sonhos românticos que um dia os Escoteiros de outrora possuíram. Os sonhos de aventuras que tentávamos transformar em realidade. Os grandes acampamentos de Tropa, as alcateias vibrantes com o espírito voltado para a mística que tão bem o livro da Jângal soube contar. Nos seniores aventureiros que respeitavam e diziam sim senhor, que sabiam ser cavalheiros. Que sempre tinham no olhar o brilho próprio dos Cavaleiros que outrora habitaram os sonhos do Rei Arthur na Távola Redonda.

              Foi sim uma linhagem que nós os antigos fazíamos questão de possuir. Era questão de honra. Uma saga para ser contada por toda a vida.  Estirpe de grandes Seniores, Escoteiros e Lobos, pois sei que nos seus sonhos nunca desistiram de achar o Santo Graal. Acampando e acantonando seja onde for, nos grandes vales e cânions, nas escarpas impossíveis a gente procurava os mais altos picos e não importava se era dia ou noite. Com sol ou chuva sempre estávamos lá investidos em Sir Lancelot, Sir Kay, Sir Galahad, Sir Gawain ou mesmo Sir Boors, o exilado e partíamos para novas terras, novos sonhos. Sabíamos que um dia iriamos o que sempre sonhávamos.


                  Para nós para nossos sonhos, o que o rei Arthur encontrou e disseram para ele desistir não valeu. Nunca valeu. Nunca desistimos. Como ele também retiramos a espada da pedra. Era questão de honra. “Qualquer um que extrair esta espada desta pedra, será o Rei da Inglaterra, por direito e por merecimento”! Escotismo de BP? Não sei. Acho que nunca mais. Nada mais a dizer.

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