Lendas
Escoteiras.
O
simpático ratinho de Madame Rosinha.
Histórias
para lobinhos.
Lindolfo levou o maior susto. Ao ir
para a reunião Escoteira naquela tarde de sábado, viu Madame Rosinha descer a
escada de sua casa gritando e chorando alto. Ela dizia: “Um rato”, um enorme
rato. Acudam-me! Socorro! Lindolfo era lobinho da segunda alcatéia do Grupo
Escoteiro Pico da Neblina. Já tinha feito sua boa ação, mas resolveu fazer mais
uma. Porque não? Partiu célere escada acima a procura do famigerado rato de
Madame Rosinha. Em todos os cômodos ele procurou e não achou. Quando ia sair
viu um ratinho muito pequeno, raquítico, magro, com cara chorosa em cima do
armário da cozinha. Estava com a vassoura na mão e pensou em dar uma vassourada
nele ou uma caricia. Achou que ele precisava mais de uma carícia.
Ao sair disse para Madame Rosinha
que não se preocupasse. Ele logo que a reunião terminasse viria com sua matilha
verde e pegariam esse famigerado rato. Ela ficasse calma. Os valentes lobinhos
não tinham medo de nada! Na reunião comentou com a matilha sobre o ratinho.
Explicou que era um “coitado” e precisava e ajuda e não ser morto. Liz não
concordou. Ela morria de medo de ratos. Dayane ficou na duvida. Robertinho riu
e falou – Vamos matar o danado isto sim. Mas Miltinho e Naninha ficaram do lado
de Lindolfo. A Akelá Safira comentou com o Balu Nonato que a matilha verde
estava estranha. Ficavam só cochichando e ela não conseguiu saber o que era. O
Balu Nonato era muito amigo de Miltinho, mas ele não contou nada. A reunião
terminou com todos dando o melhor possível e dizendo para os chefes – Obrigado
Chefe pela linda reunião. O senhor sabe que tenho orgulho de nosso Grupo
Escoteiro! Era assim no Grupo Escoteiro Pico da Neblina.
Fora da sede, a mãe de Aninha estava
lá esperando. Ela pediu a mãe para ir com a matilha. Iam fazer uma boa ação.
Dona Nivea era uma excelente mãe e não se opôs. Mal chegaram à casa de Madame
Rosinha e viram o ratinho chorando em cima do armário. Foi Lindolfo que se
aproximou pé ante pé e disse no ouvido do ratinho: Calma, vamos levá-lo para
outra casinha. Vai ter tudo que tem direito. Miltinho já estava com uma
caixinha e colocaram o ratinho dentro dela e foram embora. Tinham comprado
queijo e uma vasilha de água estava na caixinha. O ratinho estava com fome.
Muita. Comeu tudo! E agora? Onde vamos levá-lo? Todos viram que em suas casas
seriam impossível. O medo de rato era comum ou é em todas as famílias. – Já
sei! Disse Naninha, vamos voltar à sede e ainda deve estar aberta. Os pioneiros
ficam até tarde. Levamos o ratinho para a Gruta da Alcatéia. Escondemos a
caixinha atrás da caixa de nossa matilha e nos revezamos durante a semana para
vir alimentá-lo! Todos concordaram.
Assim trataram o Tibinho (nome
que deram ao ratinho) por quase dois meses e foi então que o pior aconteceu. A
Akelá Safira foi mexer lá e viu o rato. Uma gritaria danada. Saiu correndo e
pedindo socorro. Custaram a explicar a ela o que tinha acontecido. Ela deu um
ultimato – Depois do acantonamento não quero ver ele aqui. E agora? Na reunião
de matilha chegaram a uma conclusão – Vamos leva-lo junto ao acantonamento. Lá
quem sabe descobrimos um local onde ele pudesse viver para sempre? E assim foi
feito. Na primeira noite do acantonamento aconteceu a maior alegria da matilha.
As mães que foram cozinhar saíram gritando e berrando! Um rato! Não era um só
eram vários. Agora sim. Descobriram a cidade onde o Tibinho podia morar. Soltaram-no à tardinha. Tibinho olhou para
eles e para seus amigos ratos. Olhou de novo para eles. Uma duvida ficou na sua
mente. Ficar com eles ou seus irmãos ratos? Uma ratinha linda se aproximou e se
esfregou nele. Pronto. Resolvido. Lá foi Tibinho com seus novos irmãos. A
Matilha Verde ficou chorosa. Em todos os olhos lágrimas desciam, mas sabiam que
esta seria a melhor maneira e a melhor ação que deveriam tomar.
Por muitos anos a matilha verde
pedia aos pais para passarem um domingo a cada dois meses no local do
acantonamento. Os pais não sabiam para que, mas a Matilha Verde sempre se
encontrava com Tibinho, até que um dia ele e Tibinha chegaram com vários
filhotes. Foi uma festa. Uma alegria para a Matilha Verde. E assim acaba esta
história. Uma união de lobos, todos pensando em fazer o bem. Lembra sempre que
o Lobinho pensa primeiro nos outros, abre os olhos e os ouvidos, está sempre
alegre e diz sempre a verdade.
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