Conversa ao pé do fogo.
Sabe qual o meu Fogo do Conselho ideal?
- É aquele fogo da tropa, que ela decidiu onde e
quando. Que ela (a tropa) sabe o que vai fazer. Que pode ser um simples bate
papo, mas o fogo, este sim está ali em volta, e todos sentem o mesmo calor e
participam em conjunto espontaneamente. Onde alguns ingredientes são bem vindos
e devemos até motivar os nossos jovens com instrumentos musicais, sem aqueles chefes
que resolvem demonstrar seus dotes de cantores em vez dos jovens e acabam
estragando tudo! É bom ver um Fogo de Conselho sob a batuta dos monitores. Não
importa até quando eles estão ou não preparados. Eles não precisam de nenhuma
técnica para isto. – Já vi isto nos seniores, nas patrulhas femininas e nos lobinhos
também. Claro que estes os lobos devem ser mais olhados, mas desde cedo deixar
que eles aprendam a se desenvolver e se motivarem. Quem sabe sem aquela
preparação minuciosa com um ou outro chefe se destacando, sem dar
possibilidades de criatividade entre eles e sem o “incrível” lampião fazendo às
vezes de uma fogueira.
É delicioso fazer uma fogueira simples, alimentá-la
à medida que se torna necessário, sentir o calor dos amigos, um bate papo
legal, uma canção espontânea, uma imitação ou uma historia de improviso, um
fato pitoresco, um bom café ou chá na brasa, quem sabe uma batata doce, uma
banana verde, ou mesmo uma fruta para esquentar. Um fogo onde as boas risadas
são frequentes, onde as dificuldades ou aventuras do dia são ali contadas como
se fossem histórias de heróis. Os jovens, os chefes, todos eles são amigos e
não superiores. Não há ordem de sequência e nem repetitividade. E se criarem
místicas melhor ainda. Uma que conheci é a que se entregava a um Escoteiro a
preparação do fogo, que ele acendesse com um palito ou dois, que ele recebesse
seu nome de guerra (nome indígena) saltando três vezes pelo fogo conduzido pelo
Monitor. Ou quem sabe aproveitar para uma cerimonia diferente, uma promessa talvez,
um distintivo especial. A criatividade seria deles.
Meu fogo de conselho ideal não teria grandes pirotecnias,
o importante era o sorriso, era o fogo espelhando os participantes pelo seu
olhar, era uma canção cantada suavemente, alegre ou a lembrar de outros fogos
de outrora. Era ver todos brincando e não apenas um ator, dono de tudo e das
apresentações. Era toda a patrulha que criou um esquete feito ali, naquela
noite escura, em volta de um lampião em seu canto de patrulha, sem ninguém saber
e quando apresentassem iriam merecer um novo aplauso, inventado na hora. Uma
canção da despedida no final, um aperto de mão a todos e quem sabe dependendo
do horário, ficarmos todos em volta do fogo, olhando as estrelas, contanto “causos”,
cantando baixinho canções saudosas, esperando o sono chegar!
Este sim seria o meu fogo ideal.
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