Lendas
Escoteiras.
O
delicioso casamento do porquinho Markito, na Floresta Encantada do Seu Mathias.
Markito era amigo do
Neném, que era amigo do Jofre, que era amigo do Leialdo, que era amigo do
Natalino, que era amigo do Zefiraldo, que era amigo do Denis e que sempre foi
amigo do Lelé e Geraldinho. Bem, só tinha uma diferença. Markito era um lindo
porquinho rajado de cinza com branco. Os demais escoteiros da Patrulha
Pica-Pau. Desculpem. Sei que não estão entendo e vou explicar. A Patrulha Pica
Pau era da Tropa Escoteira Santos Dumont e esta era do Grupo Escoteiro Leão do
Norte. Eram muito amigos até o dia que apareceu Markito. Ninguém não deu nada
por ele. Estavam em reunião e eis que aparece um porquinho pequeno, branco e
cinza e melhor, limpinho. Parecia porco de cinema.
No cerimonial de bandeira
ele ficou entre o Monitor da Pica-pau e o patrulheiro seis. Eles acharam graça
e ninguém falou nada. Nem o Chefe da tropa. Durante toda a reunião ele
acompanhou a Patrulha. Quando foram para casa pensaram que nunca mais iam ver o
porquinho. Engano. No sábado seguinte lá estava ele, e no próximo e no próximo.
Sem perceberem ele virou um patrulheiro. Formava, quando davam o grito ele
grunhia junto. Em pouco tempo se tornou uma celebridade na tropa. Onde morava
como se alimentava ninguém nunca soube. Fizeram pesquisa na vizinha e nada.
Dois meses depois a tropa
foi para um acampamento de quatro dias aproveitando um feriado de finados na
fazenda do Seu Mathias. Na saída ao subir para o ônibus lá estava o porco. Já o
haviam apelidado de Markito. Disseram que ele parecia com um Sênior namorador
do grupo e quando ele soube disto virou “bicho”. Brigou, berrou, levou o caso
para O Conselho de Tropa, para a Corte de Honra e nada. O apelido do porco
ficou. Markito deu um salto gigante. Bateram palmas para ele, mas subiu com
elegância os degraus do ônibus. O acampamento foi uma festa. Markito era o
máximo. No terceiro dia ele sumiu de manhã. Lá pelas três da tarde apareceu.
Agora com uma companheira. Uma porquinha linda. Dizem que ele falou com o
Denis, não acredito nisto, mas o Denis era um bom Escoteiro e não mentia nunca.
Chefe, disse o Denis.
Markito quer casar. – Casar? O Chefe deu boas risadas. Ele quer que eu faça o
casamento? – Sim Chefe. Se ele quer assim porque não? Diga a ele que amanhã no
fogo do conselho eu irei celebrar ao casamento dele com a... Qual o nome dela?
Fiorentina Chefe. Ele insiste que chamem o Seu Mathias. Ele será o padrinho. A
tropa quando soube caiu na gargalhada. Foi o fogo do conselho mais gostoso que
participaram. Em determinado momento o Chefe anunciou o casamento do porco
Markito e a porca Fiorentina. Quando iam iniciar um fato inusitado. A arena do
fogo se encheu de porcos, cavalos, bois, bezerros, galinhas, galos, cabras,
gatos, cachorros e uma passarinhada enorme.
Não teve jeito. O casamento
foi feito. Os escoteiros ficaram boquiabertos. A bicharada começou a cantar, a
dançar e até uma Coruja com voz de anjo e acompanhada por um violão tocado pelo
Urubu Rei engrandeceu aquele casamento histórico. O fato deveria ficar entre
quatro paredes, mas não se sabe como na cidade de Bela Aurora uma semana depois
se encheu de repórteres de todos os jornais e TV do país. Todos queriam
conhecer Markito e Fiorentina. Mas eles? Sumiram. Procuraram em todo o lugar.
Uma semana depois um jornal do Rio de Janeiro publicou que o casal foi visto em
Búzios na praia das Caravelas se revezando na linda e tranquila praia da
Tartaruga com suas águas transparentes.
Só dois meses depois quase
no final da reunião, foi que Markito e Florentina apareceram na sede. Ele com a barriga bem grande e Markito sorria
de felicidade. Contou para o Denis que não ia voltar mais para a Patrulha
Pica-pau. Construíram uma casinha na Ladeira do Porco, próximo a fazenda do
Senhor Mathias, e lá pretendiam viver suas vidas. Todos desejaram felicidades e
assim termina a história do Porco Markito, sua esposa Fiorentina e seus Filhos
Newmar, Freed, Ronaldo, Pelé e um porquinho azulado, pequeno bem raquítico que
poucos olhavam para ele. Maradona!
E acreditem se quiser. Eu
conheci Markito e sua família. Mas eu sou um contador de histórias e poucos
acreditam em mim. Risos. Para terminar, eu digo – Boi não é vaca, feijão não é
arroz. E quem quiser que conte dois!
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